Sincretismo

O QUE É O SINCRETISMO?

Definição pelo dicionário Aurélio B. Holanda:

“Reunião artificial de idéias ou de teses de origens disparatadas; amalgama de doutrinas ou concepções heterogêneas”;

Definição dada pelo Caboclo Sr. 7 Espadas:

“Fenômeno mistico-religioso que visa tornar inteligível um Culto que possa ser praticado por vários povos ou grupos étnicos, que até o momento tinham rituais e concepções diferentes. É um mal necessário, pois se formos analisar profundamente o Sincretismo vamos ver que ele faz com que vários Cultos se identifiquem em um só Culto(…)

Em analise etnocultural, é uma adaptação para os vários consciencionais humanos, como também uma forma de uni-las e eleva-las a patamares maiores da evolução”

COMO SURGIU O SINCRETISMO ?

Historicamente o Sincretismo já existia em outras religiões, como exemplo, a católica que incorporou em seu surgimento, deuses romanos como Santos, rituais pagãos como sacramentos, hierarquias não religiosas, etc.

Na própria África, onde os negros cultuavam suas centenas de Orixás, havia já o Sincretismo, pois cada Orixá era ligado com algo material e tangível.

Quando estes negros foram trazidos de diversas partes da áfrica, provenientes de diversos povos (Haussas, Tapas, Mandingas ou Mandes, Fulas, Yorubanos ou Nagôs, Minas, Gege, Congos ou Cambindas, Angolas, Benguelas, Cassangues, Mocambiques e outros), aportaram no Brasil e em todo o continente americano, na condição de escravos.

Os negros eram vendidos separadamente, para diminuir os riscos de uma rebelião ou tramas de fuga. Isso enfraquecia os negros, dificultando a pratica de um Culto em função de varias línguas faladas numa mesma senzala.

Apesar destas dificuldades, os valores religiosos dos negros eram intensos e com a chegada, nos vários lotes de escravos, de adivinhos, médicos-feiticeiros e sacerdotes, estas dificuldades foram sendo eliminadas.

Eles, por serem mais ligados aos ritos africanos, souberam, ao longo do tempo, unir de maneira adequada, os negros de varias etnias e línguas, naquilo que tinham em comum, a crença nos Orixás, Inkices ou Voduns. Sem dúvida que esse foi o primeiro Sincretismo religioso do negro no Brasil, pois eram obrigados a cultuar os Orixás comuns, eliminando as outras dezenas de Orixás não afins.

A igreja católica com a intenção de fazer desaparecer as tradições religiosas africanas exigia que os escravos fossem evangelizados, aprendendo as rezas latinas, receber o batismo, assistir as missas e receber os demais sacramentos. O Sincretismo Orixá Católico surgiu da necessidade de dissimular os “deuses” negros por trás da figura de um Santo Católico e, a Igreja percebendo que era impossível fazer desaparecer a profunda religiosidade negra estimulou o Sincretismo. Alem de tudo, os negros apresentavam rendimento maior quando podiam dançar e cantar diante de seus altares incentivaram assim as festas dos “Santos” negros, obrigando que as datas caíssem nos mesmos dias que a dos Santos católicos.

O negro passou a utilizar as imagens dos Santos Católicos para cultuar os Orixás.

Oxalá – Jesus Cristo

Oxum - Nossa Senhora Aparecida

Yemanjá - Nossa Senhora da Conceição

Iansã - Santa Bárbara

Nanã - Sant'Ana

Oxossi - São Sebastião

Ogum - São Jorge

Xangô - São Gerônimo

Obaluaê – São Lazaro